O doente pode registrar sua vontade no prontuário médico, no cartório ou indicar um representante para tomar a decisão, pode ser alguém da família. O médico que desrespeitar essa escolha pode ser punido com advertência e até a cassação do registro profissional. O Conselho Federal de Medicina entendeu que o paciente tem o livre arbítrio.
Comentarista da Rede Globo, Alexandre Garcia fala sobre o assunto:
- "Livre arbítrio sobre a vida de que ele é titular. Essa é uma decisão humanitária e realista, que inclusive acaba com o faturamento altíssimo das UTIs. À espera de um milagre que a esperança faz prolongar uma paralisante expectativa das famílias, e que, no entanto, gera bons resultados nas tesourarias de hospitais.
Mesmo tendo certeza da condição terminal do paciente, hospitais mantêm o doente na UTI, com a concordância ou a indecisão da família, aumentando o sofrimento do paciente e a conta de quem vai pagar. E, muitas vezes, ocupando lugar de quem tem chances de se recuperar.
São decisões difíceis para os médicos e para a família, mas agora o paciente estando no uso de sua vontade e registrando expressamente essa vontade, pode abreviar o sofrimento de todos ante um desfecho inevitável.
Em outras palavras, o paciente pede que o deixem descansar em paz. Há muitos argumentos morais e religiosos em jogo, mas houve coragem de apontar quem dá a palavra final, deixando a natureza correr seu curso como em tempos em que não havia todos os recursos que existem em uma UTI. E a natureza pode correr seu curso no aconchego do ambiente doméstico, no leito de casa, cercado pela família e não isolado na redoma da UTI sem volta. Uma questão difícil, como é difícil toda despedida".
Fonte: G1 - Bom dia Brasil
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